CDU afirma politica alternativa patriótica e de esquerda

comicio21

No Comício-Festa da CDU realizado no passado dia 21 de Junho foram muitos os que compareceram com a vontade de participar nesta grande acção de confiança e de afirmação da alternativa patriótica e de de esquerda
Intervieram no comício dirigido por Cristina Vieira, Cecília Loya da Juventude CDU, Miguel Martins da Comissão Executiva do Partido Ecologista "Os Verdes", Mónica Ramôa - 1ª candidata da CDU no círculo eleitoral de Castelo Branco e Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP que referindo-se aos problemas dos trabalhadores e do povo, colocou que o povo Português tem uma oportunidade para mudar e fazer o seu julgamento.
"Muito do nosso futuro colectivo pode ser decidido" salientou, antevendo "um rebobinar do filme, como há 4 anos, das promessas de PSD, PS e CDS, que nunca foram cumpridas".Com a necessidade de contrariar diversas ideias como "de que a situação vai voltar à normalidade" considerou que este é o momento de grande importância pois o povo tem direito a uma vida melhor e mais digna.
Intervenção de Mónica Ramôa pode ser lida aqui:

Caras amigas e amigos,
Camaradas,


O governo PSD/CDS, com as políticas de austeridade, mudou o país. Esta mudança já se tinha iniciado com o governo PS e os seus sucessivos PEC que infligiram à população portuguesa um conjunto de medidas lesivas do seu bem-estar e comprometedoras do desenvolvimento de um futuro sustentável. Portugal mudou. Está mais desequilibrado, menos soberano e menos produtivo, mais estéril... incontinente dos seus jovens (que todos os dias partem deste país, ... com ou sem mitos urbanos, mas fartos de um horizonte de desemprego, de falta de oportunidades, de desesperança). Portugal está pobre. E, no entanto, a pobreza não é um acidente... é o resultado de uma escolha política. É o resultado da escolha do PSD, do CDS e do PS. Por causa destas escolhas, uma em cada três crianças portuguesas é pobre ou está no limiar de risco de pobreza. O futuro parece que já não mora neste país... Mas será que é assim?

O distrito da Castelo Branco, tem recebido as ondas de choque destas políticas de direita de uma forma, particularmente, violenta. Uma das caraterísticas destas políticas é terem um efeito mais devastador nos territórios ou áreas mais frágeis. Aumentando assim, ainda mais, a desigualdade, as desigualdades, entre os vários territórios dentro do território português. O fosso entre o interior e o litoral aprofundou-se.

Este distrito, está entre os que registam um dos maiores índices de envelhecimento; regista também um dos maiores índices de falta de empregos e uma das taxas de desemprego mais difíceis de inverter ... são quase 14 mil os desempregados e ocupados aqui, aqui onde as ofertas de emprego são pouco mais de duas centenas. E, no nosso distrito, quem trabalha, ganha apenas 77% do que a média nacional (trabalhadores por conta de outrem). Aqui ainda somos mais pobres... e ainda têm o descaramento de nos atirarem, como quem atira “confetes” e serpentinas, palavras vãs sobre coesão social e territorial...

Para essa coesão territorial fizeram autoestradas, é certo. Mas, logo a seguir, colocaram os pórticos e as portagens... das mais caras do país! E agora, quem trabalha e quem produz e se tem de deslocar, neste distrito, voltou às estradas nacionais, isto é, tem que regressar ao passado... mas não será isso mesmo que este governo PSD/CDS e o PS querem? Que este distrito seja “turístico”, mas ... assim uma espécie de gravura dos anos 50 do século XX... com os campos lavrados (pelos arados da fome e do envelhecimento), as árvores de fruto (cuja doçura não é provada por quem a produziu e apanha sem qualquer contrato de trabalho), a neve (que mata de frio os pensionistas que já não têm dinheiro para se aquecerem), os carros de bois (que não trilham autoestradas e, por isso, não pagam portagens) e os miúdos descalços... há sempre miúdos descalços nestes postais!

O distrito de Castelo Branco sofreu uma sangria de serviços públicos. Apesar de todos pagarmos os devidos impostos (quem trabalha paga impostos) os portugueses do distrito de Castelo Branco, estão mais longe dos serviços públicos pois estes foram encerrados. Foram os CTT, tribunais, serviços de finanças e postos da GNR, foram os infantários e as escolas (mais de 40% do número total de escolas do distrito fecharam de 2001 até agora), foram também os serviços de saúde ... morre-se à porta... esperando que esta se abra... Temos metade do número de médicos por mil habitantes que a média nacional. O poder autárquico democrático ficou mais longe dos beirões... Foram abatidas dezenas de freguesias... todas elas desapareceram nominalmente, uma após a outra com os votos dos deputados do PSD e CDS/PP na Assembleia da República.

Nesta terra somos cada vez menos... o despovoamento sente-se no nosso distrito de uma forma aguda e dolorosa. Em muitos locais, olhamos à volta e não encontramos ninguém... e territórios desertificados são territórios desumanizados... Com tudo o que de perverso este vocábulo encerra.

Camaradas, amigas e amigos,

O distrito de Castelo Branco é o dos 9 castelos (CB, Belmonte, Penamacor, Sertã, Monsanto, Penha Garcia, Ródão, Idanha-a-Velha e Idanha-a-Nova). É também o das 9 serras (Estrela, Gardunha, Malcata, Açor, Alvelos, Muradal, Opa, Gorda e Santa Marta). E temos o rio Zêzere, sobrevoado por cegonhas em fantásticas coreografias. Temos também o rio Tejo que franqueia as portas de Ródão. Temos minas com volfrâmio, cassiterite, tungsténio, cobre e urânio, onde encontramos perfeitos cristais... e também já tivemos, no tempo dos romanos, minas de ouro junto ao Tejo. Temos os granitos amarelos e os xistos. Temos vento e com isso produção de energia, temos sol, muito sol... Temos a indústria e todo o seu património de conhecimento. Temos o centro geodésico de Portugal. Temos teares e ancestralidade. Somos, culturalmente, fervilhantes.

Esta é a terra do lince ibérico ameaçado mas também das cruziana fósseis das trilobites, com mais de 250 M.a., ... é a terra do abutre, das águias, raposas, javalis e das lontras. Esta é a terra dos bosques de sobreiros, azinheiras e salgueiros, mas também de carvalho negral, teixos e azevinho. Somos da terra do medronho, dos míscaros e do queijo. No nosso paladar o bucho, as farinheiras e os maranhos, não são imaginação. E temos a fruta, a melhor do país. Do nosso chão brotam as mais puras e cristalinas águas. Algumas são naturalmente quentes e medicinais.

Esta é a terra do festival Boom e da transumância, da solidariedade e fraternidade entre os povos, a nossa fronteira sempre foi portal hospitaleiro e porta de entrada... infelizmente também foi de saída durante muitos anos.

Esta é também terra da inovação, da ciência e do conhecimento: temos a UBI e o IPCB.

Como podemos constatar, Castelo Branco é um distrito rico e com potencial. Já contribuiu para o país com muita riqueza e continua a fazê-lo com conhecimento e inovação. Não há nenhuma razão para que esteja a ser esmagado por estas políticas injustas levadas a cabo pelos sucessivos e contínuos governos do PSD, CDS e PS.

O distrito de Castelo Branco não tem que se resignar a esta situação. É possível construir um Portugal diferente, um país escrito com as palavras da igualdade, do desenvolvimento, da soberania, da democracia, da liberdade, da justiça...

Mas para se construir um Portugal assim, é preciso quebrar este ciclo vicioso de políticas de direita levado a cabo pela alternância do PSD, CDS e PS. É necessário votar diferente, é urgente votar na CDU que sempre deu provas de trabalho, honestidade e competência. A CDU tem soluções para o nosso distrito e para o país com uma política patriótica e de esquerda.

A luta dos trabalhadores e das gentes do Distrito tem contribuído para a exigência dessa Região e desse País. Que a força do povo se traduza no voto na CDU, no voto da confiança, do desenvolvimento e de uma verdadeira alternativa.

Camaradas, amigas e amigos,

O adufe é, como todos sabemos, um instrumento musical de percussão feito de madeira e enformado com duas membranas de pele de animal. Chegou à península Ibérica pelos mãos dos árabes, por volta do século VIII. Hoje, o distrito de Castelo Branco é um dos últimos redutos deste instrumento, onde é tocado exclusivamente por mulheres. O adufe aqui, na Beira Baixa, é construído com “pau de laranjeira”, simbólica a escolha desta madeira já que faz a ligação entre a flor de laranjeira e o casamento, isto é, felicidade, abundância e honestidade. Esta simbologia é ainda reforçada por outra particularidade na construção deste instrumento: a pele de uma das membranas tem que ser de um animal macho e a outra de um animal fêmea... Dizem as adufeiras que a razão desta diversidade se traduz na harmonia do instrumento e na beleza e qualidade do som que produz.

Que estas eleições que agora se avizinham para a Assembleia da República, no distrito de Castelo Branco sejam harmoniosas e diferentes, isto é, que não sejam eleitos sempre os mesmos.... já vimos que se forem os mesmos, tal como no adufe, a beleza, a qualidade e a harmonia deste distrito ficam em risco!

Vamos construir um território de beleza e qualidade de vida, mais harmonioso e mais justo, com futuro ... connosco temos a força do nosso trabalho, temos a garantia do nosso património de honestidade e temos a nossa sempre renovada competência! E tudo isto se traduz numa sigla: CDU!

Vamos dar força à CDU!

Viva o povo de Castelo Branco!
Viva a CDU!

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