141 anos da elevação da Covilhã a cidade

Também não cabem os jovens licenciados da Universidade que não se fixam na região, diminuindo assim a esperança de crescimento e desenvolvimento, por a cidade, lato sensum, não os conseguir cativar enquanto cá estudaram, nem oferecer oportunidades de futuro,

Como não cabem as estações postais dos CTT que encerrarão, nem as freguesias que o deixarão de ser, nem as scut que não deveríamos pagar,

O preço da fatura da água privatizada, não cabe nas comemorações, preço esse, que ultrapassa, em muito, aquilo que são as recomendações da OCDE sobre o peso percentual máximo de referência (3%), que o pagamento deste serviço essencial deve ter no orçamento familiar das pessoas,

Os idosos sem recursos para ir à farmácia, ou sem transporte para irem aos tratamentos médicos, aqueles que morrem sós, de certeza que não cabem nestas comemorações,

Como também é impossível caber o património histórico e industrial perdido,

A lã também já não cabe nas comemorações, faltam as mãos que a trabalham, as paredes que a guardam e as máquinas que a transformam, Afinal, nas comemorações parece até nem caber …a própria Covilhã,

só cabe um holograma de cidade, construído por homens sem olhos e mulheres cegas (quase nenhumas, em abono da verdade), Mas, … as comemorações também podem ser de futuro,

comemoremos então o futuro da Covilhã,

O futuro, esse, ainda pode ser diferente,

Um futuro onde todos possam caber.

Viva a esperança na construção de um futuro melhor!

Viva a Covilhã!
Esta intervenção teve como referência o poema “Não há vagas” de Ferreira Gullar, vencedor do Prémio Camões 2010.

Free Joomla templates by Ltheme