Comunicado do Executivo da DORCB - 25.Maio.2007

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Governo prepara o encerramento da maternidade da Covilhã.
Primeiro-Ministro, que foi eleito deputado por Castelo Branco, é particularmente responsável pela grave situação no Distrito.
Há todas as razões para aderir à Greve Geral de 30 de Maio

1. Em consequência das políticas de direita do Governo PS/Sócrates a situação económica e social no Distrito de Castelo Branco verifica um acentuado agravamento.

Isto mesmo fica claramente demostrado pela taxa de desemprego no Distrito, que apesar de mascarada pela emigração jovem e o aumento do número de pensionistas, é de cerca de 20%, quase duplicando a taxa nacional de desemprego real; pela taxa de precariedade, que é de 22,6 %, atingindo entre os jovens com menos de trinta anos os 36,7%, bem acima da média nacional; e pela taxa de pobreza, que, mesmo não considerando a muita pobreza escondida, atinge uma taxa muito superior aos 20% da média nacional. E estes valores continuam a registar uma tendência de agravamento.

O despedimento de trabalhadores (DRABI, Grazil), os processos de deslocalização e encerramento de empresas (Delphi), a falência de inúmeras pequenas empresas e explorações agrícolas, o encerramento de Serviços Públicos (Urgências do Fundão, DRABI, Escolas de Penamacor), a insistência num IVA cinco pontos percentuais superior ao de Espanha e de preços elevadíssimos da energia e combustíveis, resultam na destruição do tecido produtivo, no aprofundamento das assimetrias sociais e regionais, no rápido envelhecimento da população e na crescente desertificação do Distrito.

2. O Governo PS através do seu famigerado Ministro da Saúde, numa operação de propaganda que se seguiu a muitos meses de comprometido silêncio, anunciou na Guarda a decisão de manter aberta a respectiva maternidade. Foi a única decisão possível em face da luta das populações, que juntou milhares de assinaturas em defesa do direito a nascer naquele Distrito.

 

Mas na mesma ocasião o Ministro da Saúde tirou da cartola o anúncio da criação duma nova entidade, que o PSD conivente se apressou a apoiar – o «Centro Hospitalar da Beira Baixa», a que competiria a decisão sobre a «reorganização dos blocos de partos no Distrito.

O que isto significa é que o Governo já decidiu, sem qualquer razão aceitável, contra os interesses e a opinião das populações e sem o «consenso» de que fala o Ministro, encerrar uma das maternidades do Distrito – muito provavelmente a da Covilhã. Mas, receando a justa indignação e previsível luta das populações, esconde a mão que atira a pedra, isto é, faz de conta que serão os «técnicos» a resolver aquilo que o Governo de facto já decidiu - o injustificável e inaceitável encerramento de um dos blocos de partos do Distrito.

Esse encerramento pode entretanto vir a ser mistificado com uma qualquer manobra para iludir a opinião pública, como seja a criação dum centro de apoio à reprodução assistida, que nada tem a ver com os blocos de partos, e pode também facilitar a continuação do interminável folhetim da indefinição de valências, particularmente quanto ao Hospital Amato Lusitano.

Mas fica claro o objectivo do Governo - cortar despesas com a saúde das populações, diminuir a oferta de cuidados de saúde e encerrar a maternidade da Covilhã.

3. O PCP considera que estas medidas e esta política do Governo PS são profundamente erradas e injustas para o Distrito e prejudicam gravemente a qualidade dos serviços de saúde prestados às populações. E a este respeito, é necessário sublinhar que ao Primeiro Ministro José Sócrates, que exerce essas funções após ter sido eleito por este Distrito para deputado do PS, assistem responsabilidades agravadas pelos danos e retrocessos impostos pelo seu Governo ao nível e qualidade de vida das populações do Distrito de Castelo Branco.

O Primeiro-Ministro e este Governo ficarão para a história na galeria dos que mais prejudicaram esta terra e dos que foram mais longe no incumprimento das promessas feitas ao povo do Distrito de Castelo Branco.

4. Face à gravidade desta situação, lutar em defesa dos direitos e aspirações dos trabalhadores e das populações é também intervir em defesa da qualidade da nossa democracia e dum futuro mais desenvolvido e socialmente mais justo para o nosso povo e o nosso país.

O PCP não regateará esforços nesta intervenção e apela aos trabalhadores e às populações para que participem e apoiem a Greve Geral do 30 de Maio.

Contra o desemprego, a precaridade, a flexigurança, os salários e pensões de miséria, pela defesa do tecido produtivo, do trabalho com direitos, dos serviços públicos, das maternidades da Covilhã e Castelo Branco, dum futuro mais digno para a juventude – todos à Greve Geral de 30 de Maio.

25 de Maio de 2007

O Executivo da Direcção Regional de Castelo Branco do

Partido Comunista Português

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