Assédio Moral na Lanifato

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República

Chegou ao conhecimento do Grupo Parlamentar do PCP, através do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Baixa, que a empresa de Confeções Lanifato, no
concelho de Belmonte, desrespeita grosseiramente os direitos dos trabalhadores e exercendo sobre estes uma inaceitável pressão e chantagem.

Segundo o Sindicato, os atropelos da Administração da Lanifato, entre outros, são:

«- controla as idas à água e à casa de banho dos trabalhadores (Afixa no quadro da empresa quantas vezes e entre que horas o podem fazer);

 - Recorre constantemente ao trabalho suplementar – trabalho gratuito”, faz chantagem com os trabalhadores e ameaça com processos disciplinares;

 - Não paga uma única hora de “trabalho suplementar”;

 - Paga o salário sempre depois do dia 10 de cada mês;

 - Não actualiza os salários de acordo com as categorias profissionais;

 - (…) utiliza os Tikets como forma de discriminar os trabalhadores, retendo Tickets aos trabalhadores que não fazem horas à tarde;

 - Discrimina os trabalhadores, fazendo o pagamento em datas diferentes;

 - Inventou férias volantes, no mapa de férias de 2017, colocou dias fixos e dias volantes, é certo que aqueles trabalhadores nunca têm a certeza de quando vão gozar férias, pois a empresa altera férias constantemente;

 - Pagamento dos subsídios: retém os subsídios aos trabalhadores que não obedecem;

 - Aos trabalhadores que ficam a fazer horas no final do dia, e que supostamente ficam com essas horas para tirar quando necessitarem, quando solicitam essas horas, a empresa não permite que as gozem e pede justificação para que as trabalhadoras justifiquem a ausência;

 - Tudo serve para instaurar processos disciplinares e para colocar de “castigo” às trabalhadoras em casa de suspensão sem vencimento;

 - Chama os trabalhadores para uma sala (sozinhos), para fazer pressão e ameaça-os. Em determinadas alturas faz-se acompanhar pela advogada da empresa nestas pressões;

 - Vários trabalhadores com depressão que referem que não aguentam a pressão;

 - Desrespeito completo pela actividade sindical.»

 

Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:

1. Do acompanhamento realizado pelo Governo, através da Autoridade para as Condições de Trabalho, quais os resultados e caso tenham existido, que procedimentos foram adotados?


2. Que medidas pretende o Governo tomar para assegurar o cabal cumprimento dos direitos
dos trabalhadores nesta empresa?


Palácio de São Bento, 21 de dezembro de 2017


Deputado(a)s
PAULA SANTOS(PCP)

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