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Desenvolvendo a campanha eleitoral num contexto difícil e complexo, a DORCB saúda todos os que nela intervieram e, desde logo, o colectivo de militantes e simpatizantes da CDU, que levaram a cabo a acção “um milhão de contactos por uma política patriótica e de esquerda”, fazendo desta campanha eleitoral uma grande jornada de esclarecimento e diálogo com as populações e os trabalhadores de Castelo Branco. Campanha que permitiu contrariar silenciamentos e discriminações de uma parte da comunicação social, local e sobretudo nacional (pese embora excepções no plano regional).A DORCB sublinha ainda que a vitória do PSD no distrito não se deve ao mérito das suas propostas, que ocultou propositadamente, mas, essencialmente à dimensão da derrota do PS, que perdeu as eleições no distrito, tendo menos cerca de dez mil votos desde as anteriores eleições. Sublinhamos ainda que este resultado negativo é a expressão concreta do descontentamento popular face às políticas de direita ruinosas que o PS levou a cabo nos últimos 6 anos e que arrastaram o distrito para o caminho da destruição do aparelho produtivo na indústria, na agricultura, da debilitação dos serviços públicos do desemprego, da pobreza e mesmo da miséria.
A DORCB, saúda todos aqueles que confiaram o seu voto e o seu apoio na CDU, designadamente todos os que o fizeram pela primeira vez, garantindo-lhes, como até aqui, o desenvolvimento da acção e da luta do PCP, na Assembleia da República e fora dela, sempre com as populações e os trabalhadores do distrito, de forma a assegurar a defesa dos seus direitos e interesses e de fazer ouvir a sua voz, nomeadamente com a ligação de 1 deputado ao Distrito, que brevemente daremos conhecimento.
Na decorrência das eleições vamos viver uma situação social que penalizará os trabalhadores e as populações já que o PSD e o CDS, tendo procurado esconder as responsabilidades na política desenvolvida, assim como ocultando as medidas que iriam impor aos portugueses, formam Governo com o já declarado propósito de não só aplicar as medidas da Troika como ir mais além no processo de descaracterização e amputação do regime democrático e de ataque aos direitos políticos, sociais e laborais consagrados na Constituição da República.
Assim, a DORCB do PCP reafirma a profunda preocupação e repúdio do pacote de medidas que o novo Governo procurará aplicar.
Entre as medidas assinadas e anunciadas como manifestas vontades a DORCB destaca como principais alvos de atenção e contestação da população e trabalhadores do Distrito:
- Alterações à legislação laboral, intensificando a exploração, aumentando os horários de trabalho, alargando a precariedade (com o incentivo aos contratos a prazo), facilitação e embaratecimento dos despedimentos, ameaças à negociação colectiva, congelamento e redução de salários, pensões e reformas, entre outros;
- Aumento dos impostos, nomeadamente o IVA, com as consequências profundamente negativas no poder de compra das populações, na dinamização da economia (pequeno comércio, industria…) e nas acrescidas dificuldades destes sectores nas zona fronteiriça;
- A introdução de portagens nas SCUT, com os prejuízos largamente divulgadas por diversas entidades representativas das populações e de agendes económicos e produtivos;
- A destruição de serviços públicos, através da redução orçamental e dos encerramentos como é o caso da saúde (SAP’s, extensões, prestações de cuidados, transportes de doentes…), da educação (encerramento de escolas 1º ciclo, mega-agrupamentos, acção social escolar…), da justiça (encerramento de tribunais e aumento das custas), entre muitas outras áreas;
- A privatização de sectores estratégicos;
- A continuação da destruição de sectores produtivos como a agricultura e o têxtil.
Considerando que, sob a justificação do acordo com a Troika do FMI, UE e BCE, o PSD e CDS (com a não esquecida assinatura do PS) se preparam para submeter o povo português a ataques violentos, que arrastarão o país para a recessão económica e para o desastre, a DORCB do PCP manifesta a inteira disponibilidade dos comunistas para combater cada uma das medidas aí contidas pois, como a vida o demonstra, só com a luta dos trabalhadores e do povo (incluindo os atingidos por estas políticas que agora votaram no PSD e no CDS na expectativa de mudança), será possível derrotá-las. Por isso, apela à mobilização de todos quantos acreditam nas potencialidades do país, e desejam um Portugal de progresso.
Por fim a DORCB do PCP apela aos militantes e simpatizantes para que se envolvam no trabalho partidário e na intervenção e acção cívicas, através da continuação da discussão, do trabalho, da acção e da intervenção para a afirmação do PCP como o partido necessário e insubstituível a uma alternativa política patriótica e de esquerda que os tempos do futuro tornarão inevitável.