A DORCB do PCP analisa a situação política e social do país e da região

A dita crise que colocou na miséria centenas de milhares de portugueses e paulatinamente para ela arrasta todos os que sempre tiveram como única fonte de rendimento a força do seu trabalho tem responsáveis e por muito que nos apelidem de repetitivos, nunca é demais denunciar: PS, PPD/PSD e CDS. São estes os nomes dos carrascos.
Perdido o despudor de tanto serem apelidados, por mentirosos, avançaram os mandantes deste país para uma nova etapa: O assalto à mão armada, juntando ao roubo dos direitos do povo e dos trabalhadores à saúde, à educação, à segurança social, à habitação, o roubo dos salários, das pensões, dos direitos laborais, levando a que uma nova expressão se ouça nas ruas: Gatunos!
Foi neste quadro, agravado por mais um anunciado pacote de medidas que invariavelmente irão penalizar brutalmente os mesmos de sempre, trabalhadores no ativo e desempregados, pensionistas e reformados e pequenos e médios empresários comerciais e industriais, que o grupo parlamentar do PCP, avançou na Assembleia da República, com uma moção de censura ao governo. Inviabilizada pelos votos contra do PPD/PSD e do CDS e contando ainda com a abstenção do PS, mais uma vez comprometido até às orelhas com a política de direita. Desmantelando todo o argumentário do governo e seus defensores, ficou bem clara no debate que a moção suscitou, a justeza da exigência do PCP da necessidade de mudança de governo e de rutura com a política de desastre nacional que vem conduzindo o país ao abismo, criando condições para uma alternativa política.
A par da luta política, a DORCB do PCP, destaca a luta dos trabalhadores e do povo que nas, empresas, nas ruas, nos movimentos de utentes, expressam a sua indignação e exigem a mudança de rumo. É para todos eles que vai a nossa saudação e solidariedade ativa, para as centenas de milhares, que no dia 29 de Setembro responderam ao apelo da CGTP-In e encheram Terreiro do Paço, para os outros muitos milhares que lá não couberam, para todos os outros milhares que participaram na marcha contra o desemprego, que organizada por aquela central sindical, percorreu o país de lés a lés, entre os dias 5 e 12 de Outubro.
Tem sido extraordinária a resposta dada e novos desafios se colocam. O primeiro será já no dia 31 de Outubro, com a manifestação convocada para junto da Assembleia da República no dia da votação do Orçamento de Estado para 2012, exigindo a sua derrota. Outro momento alto na ascensão da luta, será a Greve Geral do dia 14 de Novembro de 2012. A DORCB do PCP, exorta todos os trabalhadores do Distrito de Castelo Branco a unirem os seus esforços aos trabalhadores de todo o país, contribuindo para que estes dois momentos sejam o início do fim desta política de desastre nacional.
Não fugindo ao negro panorama nacional, os trabalhadores e o povo do Distrito de Castelo Branco vêm os seus problemas agravados pelos custos da marginalização a que a política de direita tem votado o interior, conduzindo-o a uma cada vez maior desertificação humana e isolamento.
A este propósito é paradigmática a situação das chamadas SCUT, vias que como as A23, A24 e A25, vieram de encontro à reivindicação das populações de terem acessos condignos, ao Sul e à capital, ao Norte e ao Litoral do País e que se transformaram, com a introdução das portagens num pesadelo para as populações e agentes económicos e produtivos  e em mais uma fonte de receita para os que lhes sugam o suor. A DORCB, saúda a luta desenvolvida contra as portagens nestas vias e exorta as comissões de utentes a replicarem tantas vezes quantas as necessárias, o êxito do buzinão levado a cabo no passado dia 12 de Outubro.
Outro flagelo a que inevitavelmente o Distrito de Castelo Branco não escapa, é o do desemprego que por todo o país não para de aumentar. É mais uma consequência da política de direita e sabem-no bem os seus autores, que se desdobram em truques para procurar dourar a pílula. Têm-no feito os sucessivos governos, através da manipulação dos dados estatísticos, retirando ao número de desempregados, os trabalhadores em programas ocupacionais, ou pura e simplesmente não contabilizando as dezenas de milhares que deixam de recorrer aos serviços de emprego, uns porque lhes foi negado o direito a receber o subsídio de desemprego, outros porque pura e simplesmente deixaram de acreditar em falsas promessas e em contínuos adiamentos. Mas não é só o poder central que lida mal com esta situação. Também a nível local, há quem procure deturpar a realidade, perante a falência das promessas feitas. Mas mesmo manipulados, os números oficiais se encarregam de os desmentir. O desemprego, incluindo os chamados “desempregados ocupados” registado nos centros de emprego, passou, no Distrito de Castelo Branco, de 9.723 trabalhadores em Agosto de 2011 para 13.400 em Agosto de 2012, sendo que nos três concelhos mais populosos, aumentou de 2795, para 4345 em Castelo Branco - sendo 425 desempregados jovens com menos de 34 anos, 3317 para 4211 na Covilhã e de 1456  para 1893 no Fundão.
São de fato números assustadores e muito mais assustadores porquanto não são meros números. São mulheres e homens, jovens e menos jovens, que vêm negado o direito ao trabalho, pela incompetência de quem deveria promover medidas para criar emprego e não facilitar e promover o despedimento.

Está em preparação  o XIX Congresso do PCP
A DORCB do PCP procedeu, também, ao seguimento da apreciação e debate da última fase de preparação do XIX Congresso, nomeadamente sobre as TESES - Projecto de Resolução Política e o Projecto de Alterações ao Programa do PCP -  Uma Democracia Avançada – Os Valores de Abril no Futuro de Portugal.
Em análise esteve em foco a grave crise política, económica e financeira que se vive em Portugal, que, como é óbvio, tem consequências devastadoras nas condições de vida do Povo, com particular incidência na vida dos trabalhadores e das camadas mais frágeis e desprotegidas da população. Logicamente, esta situação tem reflexos gravíssimos numa região, mergulhada num longo processo de desertificação e despovoamento que dura há muitas décadas. Assim, as consequências são duplamente devastadoras. Obviamente, foi chamada a atenção para os alarmantes níveis de desemprego, os mais altos de sempre no Distrito, com tendências para se agravar, já que no horizonte se perfilam mais empresas para encerrar. Em causa está, ainda, a degradação das condições de trabalho.
Foi sublinhado e aceite que a crise nacional resulta do desenvolvimento das relações de produção capitalista impostas ao País, com a colaboração dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS, submissos aos interesses do capital nacional estrangeiro, colocando em perigo a nossa soberania. Agora ainda mais agravada com a política destruidora e criminosa da troika estrangeira e do Governo PSD/CDS.
Foram debatidas as ligações que envolvem a crise económica e financeira internacional nos principais países capitalistas e os perigos que a humanidade corre, da refinação dos processos de exploração e retrocesso social e civilizacional que percorre o mundo, incluindo a Europa. Uma atenção particular para a “necessidade da afirmação do socialismo como “alternativa indispensável para assegurar aos trabalhadores e aos povos uma sociedade livre da exploração”.
A DORCB do PCP, aprovou o calendário de Reuniões, Plenários e Assembleias com vista ao debate e eleição dos 13 delegados do distrito ao XIX Congresso.

Covilhã, Outubro de 2012
A DORCB do PCP

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