Afirmar e Defender Abril

25 abril

FOI BONITA A FESTA!

Na Festa comemorativa da Revolução do 25 de Abril promovida pela Comissão de Freguesia do Tortosendo do PCP, participaram centenas de pessoas nas diversas actividades. As crianças fizeram  Pinturas alusivas ao 25 de Abril, os jovens e menos jovens participaram no desporto (Futebol e jogos Populares), houve música de intervenção com dois grupos musicais da região e muita animação. Participaram vários candidatos da CDU ás próximas eleições legislativas, tendo Vítor Reis Silva  - 1º Candidato, na sua intervenção dado uma mensagem de confiança no prosseguimento da luta em defensa dos ideais de Abril. Lamentou a ausência de comemorações promovidas pela Câmara Municipal, situação inédita, quebrando um hábito e um procedimento de dezenas de anos.

Reis Silva, deixou claro que só com o voto na CDU nas próximas eleições é possível criar a rotura com a actual política de desastre nacional e construir uma política alternativa.


INTERVENÇÃO DE VITOR REIS SILVA

...lamenta-se a ausência de comemorações promovidas pela Câmara Municipal, situação inédita, quebrando um hábito e um procedimento de dezenas de anos.
É inadmissível e incompreensível que o poder local não promova comemorações da revolução de Abril salientando e reforçando na memória colectiva os valores da liberdade, da democracia, da participação e exercício da cidadania, do desenvolvimento e bem estar das populações com o aumento e reforço da capacidade de intervenção das autarquias locais.
Ignorar o 25 de Abril e o seu significado é uma atitude que demonstra a falta de empenhamento e o desinteresse da maioria PSD na Câmara Municipal na exaltação daqueles valores e, por oposição, na condenação do regime fascista.
Camaradas e amigos
No momento em que se assinala o 37º Aniversário do 25 de Abril de 1974, que culminou a prolongada e determinada luta do povo português, o PCP saúda os valorosos militares que protagonizaram o levantamento militar e o povo português que, levantando-se em massa o transformou em Revolução.
É com confiança que o PCP saúda esse acontecimento maior da história da luta libertadora do povo português.
Confiança que não ignora que sobre o nosso País pesam a influência negativa decorrente da natureza do capitalismo, de 35 anos de política de direita que interrompeu e inverteu o processo revolucionário e deu corpo à contra-revolução que ganhou fôlego com a integração na União Europeia e a política de abdicação nacional realizada por sucessivos governos, em desrespeito da Constituição da República Portuguesa.
Confiança que não ilude o momento particularmente grave da actual situação nacional e que enfrenta com firmeza e determinação a maior ofensiva contra os interesses do povo e do país desde os tempos do fascismo.
Confiança na luta dos trabalhadores e do povo português, na capacidade e energia transformadora que uma vez mais demonstraram há 37 anos, no seu papel insubstituível na defesa da liberdade e da democracia, de uma pátria soberana, livre e independente.
O Povo português, após quase meio século de opressão fascista, pôs em marcha a Revolução, deu combate firme aos golpes e à sabotagem política e económica contra a jovem democracia, nacionalizou a banca e os grupos económicos, pôs fim ao capitalismo monopolista de Estado, realizou a reforma agrária entregando a terra a quem a trabalha, construiu o Poder Local democrático, conquistou direitos para os trabalhadores e para as populações, assumiu a liberdade em toda a sua plenitude.
Uma Revolução inacabada, é certo, mas uma Revolução que alterou e melhorou profundamente as condições de vida do povo, pôs fim à Guerra Colonial, valorizou o papel do trabalho e dos trabalhadores, reconheceu liberdades, direitos e garantias ao povo português, foi em si mesma uma afirmação de dignidade e soberania nacional.
Revolução que deixou a sua marca indelével na Constituição da República Portuguesa.
Nela se consagrou o direito ao trabalho para todos, incumbindo-se o Estado de promover a execução de políticas de pleno emprego;
o direito a um Salário Mínimo Nacional;
o direito à segurança social que proteja os cidadãos na infância, doença, velhice ou desemprego;
o direito à saúde, através de um serviço nacional de saúde universal e geral, hoje cada vez menos gratuito.
Nela se inscreveu, como prioridade, promover a justiça social, operando as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento e o combate às assimetrias entre o litoral e o interior.
Trinta e sete anos depois, novos e velhos grupos económicos e financeiros - associados ao capital estrangeiro, muitos deles constituídos à sombra e à custa da delapidação do património do Estado, da privatização de empresas estratégicas cujos lucros deviam estar ao serviço dos trabalhadores e do povo, de colossais recursos públicos postos ao seu serviço, do agravamento da exploração de quem trabalha, do próprio desenvolvimento do país - dominam hoje, de novo, a economia, num processo de crescente subordinação do poder político ao poder económico.
O país vive confrontado com uma profunda crise económica e social.
Mais de 700 000 trabalhadores estão no desemprego, centenas de milhar sem protecção social, a precariedade alastra, empobrece-se a trabalhar, a emigração voltou a ser uma necessidade.
Mais de 2 milhões de portugueses vivem na pobreza, o acesso a direitos essenciais, como a saúde, a habitação digna, a acção social, o ensino de qualidade, a cultura, estão, em resultado da política do PSD, do PS com ou sem CDS, cada vez mais longe de ser uma realidade para todos.
Acentuam-se as assimetrias entre o litoral e o interior.
As desigualdades e as injustiças aprofundam-se ao invés de ser combatidas.
À pobreza de cada vez mais portugueses contrapõem-se as fortunas de muito poucos.
Os salários e as reformas dos portugueses são diminuídos.
O aparelho produtivo definha e a estagnação e recessão económica marcam a última década de entrada na Moeda Única e de submissão às imposições da UE.
As políticas de capitulação nacional sucedem-se pondo em causa o interesse nacional.
Contrariamente às expectativas que os avanços e conquistas da Revolução criaram nas massas populares, Portugal, trinta e sete anos depois do 25 de Abril, vive sob o garrote de uma dívida externa inquietante e de uma especulação financeira que diariamente rouba os recursos nacionais.
Traindo os valores e ideais de Abril, o país está confrontado com uma intervenção externa por via da União Europeia e do FMI em resultado de uma decisão ilegítima tomada no quadro das cedências do governo PS ao grande capital - com o apoio de PSD, CDS e do Presidente da República.
Cedências que o povo português não pode aceitar.
Este é cada vez mais o tempo de defender e afirmar Abril!
É tempo de respeitar, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e não de a subverter.
Respeitar a Constituição exige uma ruptura e mudança na vida política nacional que abra caminho a uma política patriótica e de esquerda, que responda aos problemas do desemprego, das injustiças, da pobreza, da dependência externa e da corrupção.
Uma política de promoção e reforço do aparelho produtivo e da produção nacional.
Uma política que combata a especulação financeira e recupere para as mãos do Estado empresas e sectores estratégicos nacionais.
Uma política que afirme a democracia em todas as suas vertentes – política, económica, social e cultural.
Num momento em que a pressão e a chantagem sobre o povo português assumem proporções gigantescas, quando uma poderosa ofensiva ideológica procura impor a aceitação de mais sacrifícios e a continuação do rumo de desastre, é preciso dizer Basta!
A realização das próximas eleições legislativas emerge como uma oportunidade para que o povo português, no seguimento de grandes jornadas de luta, faça ouvir a sua voz contra a política de direita.
Uma oportunidade para dar mais força à CDU, aos comunistas, aos ecologistas e a muitos outros democratas e patriotas que aí convergem.
Uma força cujo projecto e intervenção política, não só está profundamente ligado aos valores de Abril, como é portador de uma fundada esperança numa vida melhor.
Num momento tão difícil e complexo da vida nacional, as comemorações do 37º aniversário da Revolução de Abril assumem um significado ainda maior.
Em si mesmas, elas representam uma afirmação de um Portugal livre e soberano, apontam para a rejeição do rumo de desastre nacional que está em curso, apelam à participação dos trabalhadores e do povo para resistir e vencer a actual ofensiva, projectam um novo rumo para o país, de justiça, liberdade e democracia, tendo no horizonte o socialismo....

Um apelo que assume que outro rumo é possível e que está nas mãos do povo, com a sua opinião, a sua participação, a sua luta e o seu voto torná-lo realidade.
Viva o 25 de Abril
Viva Portugal

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